A operação realizada em Teresina tem relação com o afastamento imediato do governador Wilson Witzel (PSC).
A Polícia Federal e a Procuradoria Geral da República, com apoio da Receita Federal, deflagraram, na manhã desta sexta-feira, 28 de agosto, a Operação TRIS IN IDEM, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa voltada ao desvio de recursos públicos, especialmente em contratos firmados para gestão de saúde e para o combate à pandemia da Covid-19. Também foram identificados atos de "lavagem de dinheiro" por parte da organização.
Em Teresina, a Polícia Federal realizou o cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão na sede do Partido Social Cristão (PSC), na Rua Rio Grande do Sul, no Ilhotas e no portal de notícias ClubeSat, na Avenida Frei Serafim.
De acordo com informações, a operação realizada em Teresina tem relação com o afastamento imediato do governador Wilson Witzel (PSC) do cargo por irregularidades em contratos na saúde realizado também na manhã de hoje. A ordem do afastamento se deu através do Superior Tribunal de Justiça.
A Operação de hoje decorre da Operação Placebo, deflagrada no mês de maio deste ano a partir de elementos colhidos na Operação Favorito, deflagrada pela PF, no mesmo mês, voltada para apurar atos de corrupção na prestação de serviços de implantação de leitos em Hospitais de Campanha e no fornecimento de ventiladores pulmonares e medicamentos. Com o prosseguimento das investigações, novos elementos de prova foram obtidos, e fundamentaram a representação por novas medidas cautelares junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Na operação, participam aproximadamente 380 Policiais Federais que dão cumprimento a seis mandados de prisão preventiva, dez mandados de prisão temporária, e 82 mandados de busca e apreensão, nos Estados de Alagoas, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Sergipe, São Paulo e Piauí, além do Distrito Federal. Também existem ações de cooperação policial internacional com medidas sendo cumpridas no Uruguai. Além disso, foram determinadas, pela Justiça, outras medidas diversas da prisão, tais como suspensão do exercício de função pública, proibição de contatos e de acesso a determinados locais.
Os investigados responderão na medida de suas participações, pelos crimes de organização criminosa, da Lei 12.850/2013; peculato, corrupção ativa e corrupção passiva, previstos no Código Penal Brasileiro; e "lavagem de dinheiro", da Lei 9.613/1998.
Wilson Witzel e Valter Alencar
Em abril desse ano, a Procuradoria Geral da República pediu a abertura de um inquérito sobre Wilson Witzel no Superior Tribunal de Justiça — a suspeita é de que um aliado teria nomeado funcionários "fantasmas" no governo do Rio para desviar recursos públicos. O aliado é o advogado piauiense Valter Alencar, candidato derrotado ao governo do Estado em 2018 e nomeado assessor especial do governador do Rio no início de 2019, segundo informa a matéria do site Antagonista.
Segundo a PGR, o governo fluminense teria contratado sete pessoas ligadas a Alencar, incluindo um filho dele e sobrinhos, e há indícios de que eles teriam mantido suas atividades no Piauí –ou seja, seriam "fantasmas".
NOTA DE VALTER ALENCAR À IMPRENSA.
"Tal operação trata-se de uma ramificação das investigações que estão ocorrendo no Governo do Rio de Janeiro, que é do mesmo partido político. Estou tranquilo e colaborando com o trabalho da polícia, que visa combater a corrupção no Brasil, em um momento tão complicado de pandemia. Confio na Justiça e no meu direito de defesa."
Fonte: Portal Meio Norte.
Edição: In Foco.