Os trabalhadores estavam há 15 dias no local, dormindo em redes amarradas em árvores, com alimentação feita de forma improvisada e sem instalações sanitárias
Dezenove trabalhadores que estavam sendo submetidos a condições de trabalho análogas à escravidão foram resgatados na tarde de sexta-feira (18) de uma propriedade da zona rural de Piracuruca, a 163 km de Teresina. No local, os trabalhadores extraíam palha de carnaúba para produção de pó.
De acordo com Robson Waldeck Silva, Auditor Fiscal da Superintendência Regional do Trabalho do Piauí, os trabalhadores dormiam em redes armadas em árvores, e cozinhavam suas refeições de forma improvisada, em fogareiros feitos por eles mesmos. No local não havia um banheiro ou outra instalação sanitária.
Os trabalhadores já estavam há 15 dias no local sem nenhum registro na carteira de trabalho. Eles não passaram por exames médicos admissionais e não recebiam Equipamentos de Proteção Individual (EPI’S) para executar o trabalho.
O grupo era formado por 18 homens e uma mulher. Nenhum trabalhador foi encontrado ferido. A denúncia foi realizada pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag). Após o resgate, os trabalhadores receberam o pagamento das verbas rescisórias e foram emitidas suas guias para receber o seguro desemprego.
O homem que era o responsável pelos empregadores e dono do terreno onde a extração acontecia foi autuado. O relatório dos fiscais será encaminhado para a Procuradoria do Trabalho e da República, que podem denunciá-lo à Justiça.
FONTE: Andrê Nascimento e Vitória Pillar/G1 PI.
EDIÇÃO: Eduardo Machado/In Foco.