Alguns comunicadores publicaram nota de repúdio à Polícia Civil do Piauí
Da REDAÇÃO
PARNAÍBA-PIAUÍ
22h53
Após reportagens veiculadas nos programas jornalísticos Domingo Espetacular e Fantástico, da TV Record e Rede Globo, respectivamente, sobre o caso de envenenamento coletivo em Parnaíba, exibidas na noite deste domingo (02/02), percebe-se o quanto a imprensa de Parnaíba foi desvalorizada. Alguns comunicadores publicaram nota de repúdio à Polícia Civil do Piauí (veja nota abaixo).
Mídia nacional é privilegiada com informações sobre caso de envenenamento. Foto: reprodução/redes sociais. |
Nos últimos dias, principalmente após a prisão da matriarca da família sob suspeita de participação no crime, a ordem superior foi simplesmente "a Polícia Civil do Piauí informa que todas as informações sobre o caso da família envenenada em Parnaíba serão divulgadas somente após a conclusão do inquérito".
No entanto, novas informações que até então não foram repassadas à mídia local foram veiculadas na mídia nacional, sendo que desde o início das investigações, os veículos de comunicação locais têm acompanhado de perto cada desdobramento, dedicando tempo, esforço e recursos para informar a população com seriedade e responsabilidade.
No último dia 12 de janeiro, um novo laudo, obtido com exclusividade pelo Fantástico, mostrou que uma mulher, que estava presa há cinco meses suspeita de matar dois irmãos de 7 e 8 anos, da mesma família, em 2024, poderia ser inocente. Fato esse que demonstra a postura da Polícia Civil do Piauí em relação à divulgação de informações sobre os casos de envenenamento que vêm chocando a cidade.
A imprensa de Parnaíba dar voz a diferentes segmentos da sociedade, incluindo aqueles que podem não ter espaço na mídia nacional.
A mídia de Parnaíba vem a público expressar seu profundo repúdio à postura da Polícia Civil do Piauí em relação à divulgação de informações sobre os casos de envenenamento que vêm chocando nossa cidade. Desde o início das investigações, os veículos de comunicação locais têm acompanhado de perto cada desdobramento, dedicando tempo, esforço e recursos para informar a população com seriedade e responsabilidade.No entanto, mais uma vez, a Polícia Civil opta por privilegiar a imprensa nacional, ignorando os profissionais que estiveram no sol, nas ruas, ouvindo familiares, colhendo depoimentos e contribuindo significativamente para a elucidação dos fatos. Após a morte de Joicilene, os jornalistas de Parnaíba foram deixados sem respostas, com a justificativa de que a polícia só se pronunciaria ao final da investigação. Para nossa surpresa, o programa Fantástico, da Rede Globo, acaba de anunciar uma matéria exclusiva com detalhes do caso e uma entrevista com o delegado Abimael.Esse não é um episódio isolado. Quando questionado em coletiva de imprensa, o delegado Abimael negou qualquer relação entre os casos de envenenamento. Pouco tempo depois, o mesmo Fantástico revelou com exclusividade o laudo dos cajus, demonstrando uma clara discrepância na comunicação da Polícia Civil.A grande questão é: por que a imprensa local, que acompanha de perto os acontecimentos, é sistematicamente deixada de lado? A sensação que fica é a de que “santo de casa não faz milagre”, e que o trabalho sério da mídia de Parnaíba não é valorizado, mesmo sendo ela a linha de frente na cobertura dos fatos.A imprensa local exige respeito e transparência. Os cidadãos de Parnaíba têm o direito de receber informações de fontes próximas e acessíveis, e não apenas através de um veículo nacional que aparece esporadicamente para colher frutos de um trabalho que foi, em grande parte, construído aqui.Exigimos um posicionamento da Polícia Civil do Piauí e o compromisso de que, daqui para frente, a comunicação com a mídia local será tratada com a seriedade e a imparcialidade que o povo de Parnaíba merece.